18/07/2025

Os terrenos e o investimento são privados e vão assentar os alicerces e erguer as paredes daquilo que a responsabilidade pública se encarregará de transformar em casa para a vida. O "Jardins do Oriente" é o primeiro projeto “build to rent” de grande dimensão no país. Fruto de uma parceria entre o Município do Porto, o Grupo Ageas Portugal e a Garcia Garcia, o "Porto com Sentido" vai abrir a porta a mais 124 fogos em Campanhã, destinados ao arrendamento acessível.

 

"Este é um projeto virtuoso e no setor público não devemos ter o horror ao negócio", sublinhou o presidente da Câmara do Porto, no momento da assinatura do contrato-promessa de arrendamento entre a Porto Vivo, SRU e a Ageas.

 

Rui Moreira não tem dúvidas de que "o setor público precisa de ser capaz de fazer negócios com o privado" se quer "resolver muitos dos problemas que temos no país, nomeadamente a questão da habitação".

 

Certo de que o projeto "vai ter um impacto muito importante", o autarca lembra que a nova habitação vai nascer "numa área que temos identificado como prioritária". "A zona oriental está a transformar-se rapidamente, fruto de investimentos que têm sido feitos, do pensamento estratégico", afirma Rui Moreira.

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O presidente sublinha a importância de perceber como "também os privados" já começam a olhar para Campanhã, atraindo, com oferta habitacional jovens e famílias da classe média para ali viver.

 

Para que o foco – e o investimento – se mantenha na habitação, Rui Moreira acredita que "o próximo executivo vai poder olhar para outros terrenos e pensar se não deverá, até, aliená-los aos privados com a contragarantia de que os projetos são desenvolvidos neste modelo".

 

"Não tenhamos dúvidas: vai ser preciso mais resposta para a habitação", reforça, certo de que "as necessidades hoje já não passam apenas pela habitação social". "É evidente que vai haver resposta pública para a habitação, mas o público não vai resolver tudo", adverte o presidente da Câmara.

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124 fogos para o programa de arrendamento acessível “Porto com Sentido”

 

O modelo "build to rent" do "Jardins do Oriente" recorre a terrenos e investimento privado para a construção de um total de 151 novas habitações. Destas, 124, distribuídas por três edifícios, serão arrendadas pela Câmara do Porto à Ageas Portugal e, desta forma, subarrendadas aos munícipes, dentro do programa de arrendamento acessível "Porto com Sentido".

 

Os restantes 27 fogos, num edifício autónomo, destinam-se a arrendamento livre. Com início de construção previsto entre o terceiro trimestre deste ano e o primeiro de 2026, a autarquia conta estar em condições de entregar as casas já em 2028, praticando rendas cujos tectos máximos são: 525 euros para T0, 550 para T1, 830 euros para T2 e 950 para T3.

 

O vereador da Habitação reforça que "se houver falha de pagamento do subarrendatário, se o subarrendatário mudar, o privado continua a receber". "Estamos a dar a garantia de que não há risco comercial para o investidor num prazo de dez anos, que pode ser prorrogado por mais dez", explica Pedro Baganha.

 

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